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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sombra Espiritualista (Conselho e Rendição)

Assim, aos meus amigos da luz, tomem um conselho dito por alguém que é tido como representante das trevas; talvez eu seja. Não me importo. Se seu pai lhe disse que você é filho da luz, peça para ele lhe apresentar a sua mãe. Verá que as mulheres, o feminino, o corpo, o prazer sempre foi tratado como sombra do mundo e o caminho para a perdição do mundo. E por sermos ainda filhos sem mãe, nos falta a candura e o acolhimento de quem nada tem que provar para ninguém. Proibiram-nos justamente dos caminhos que nos levam a nos acender sem ajuda do ritual tabajara.

Se você é guerreiro da luz, abaixe suas armas. Descanse um pouco. Nesse universo inteiro só uma coisa morre: a ignorância. Se você não matar a sua, você gera todos os outros nascimentos, principalmente, o das trevas que guerreia.

Se você é trabalhador da luz, aceite o ócio. Ate o fanfarrão Jeová, o dito Deus único, apos seis dias de trabalho, descansou para ver o que nos tinha roubado. Sim, porque foi junto a nós, deuses que ele criou o mundo. Mas se aproveitando da nossa embriagues, ele falou que seria a partir daquele instante o Deus único, senhor dos exércitos. A gente riu tanto, mais tanto, que o riso misturado a embriagues do vinho, deu nisso que esta aí. Mas já escrevi sobre isso. Agora quero falar apenas do ócio. Até ele descansou. Não façamos diferente de um dos poucos exemplos dele que vale a pena seguir.

Respirem fundo!! Acalmem-se. Desconfie um pouco da sua luz. Acolha mais a sua sombra. Ria das suas trevas e vamos ser vela humana. Uma por metro quadrado. É pouco, é nada, mas é suficiente para acabar com a escuridão de todos os tuneis que habitamos e cavernas que construímos. Tem energia em cada vela humana acesa, suficiente para que a gente locomova ilumine todo túnel e ainda movimente-se por eles e por outros buracos de minhocas do universo. Há luz suficiente em cada vela humana para acender todo universo, porque no final, não é a iluminação do túnel que importa e sim a nossa. E de todo modo, não há diferença.

bjs em todos.

Sombra Espiritualista (Uma Parabola)

Espiritualistas ao combater as sombras, alimentam as trevas. As sombras internas ou dos outros não são oponentes a serem destruídos. Imagine um túnel escuro com 1 km de comprimento. La dentro tem um breu no qual você não vê a um palmo de distancia. Esse túnel são as trevas.

Mas lá foram colocadas 1000 velas humanas para iluminar todo o túnel. Uma vela humana por metro. O túnel sabe que se todas elas acenderem, ou parte delas acenderem, acabou a escuridão. A única possibilidade de vitória da treva é uma artimanha, iluminada, a saber: combater toda vela humana que acenda.

Nós sabemos que o escuro traz medo, um medo paralisante, afinal, você não vê nada. E qualquer barulho é um estrondo. Assim, nesse breu, o primeiro inimigo é a vela humana que acende. Ele se faz perceptível. A nossa primeira ameaça é o medo da luz. Tanto tempo na escuridão, que a luz é uma ameaça, um crime. No nosso imaginário não temos outra solução a não ser atacá-la. Somos convencidos por mentores espirituais que o caminho da luz é o ataque ao ego e as sombras. As trevas se divertem demais com isso. Porque elas estão usando a sua única bala e possibilidade. A luz tem milhares de possibilidade, inclusive a de lutar contra si mesma. Principalmente, a de combater a sua própria sombra. Quanto de nós, velas humanas acesas não ficamos esmurrando as paredes? Dando cabeçada, socos, murros... machucando-nos, enquanto acreditamos estar servindo à luz? Podem responder sinceramente. Só tem você lendo esse texto. Não somos nós mesmos que nos combatemos?

As trevas têm apenas uma possibilidade: impedir as velas humanas de se acenderem e de se integrarem, de se fazerem lux. Vamos entender por luz a chama que é a um só tempo interna e externa. Farol para muitos e despertar interno para si mesmo.
De forma que quando a gente compreende que o sentido é acender a luz no túnel, você passa a agradecer quem esta com a luz acesa. E às vezes pedir ajuda: tem jeito de você me ajudar aqui? E eles respondem irados: não tenho pacto com umbandistas? Sou kardecista de mesa branca. Quando é a vez do kardecista pedir ajuda, o outro grupo de velas humanas responde assim: "Não compactuo com você sou evangélico".

A vela humana que é acesa fica eternamente grata àqueles que lhes deram a luz. Ficam cegos de gratidão por eles. E gratos eles se agrupam não para iluminar o túnel e sim se tornarem tochas humanas. Cada tocha é convencida de que não é vela humana. De que as velas humanas devem obediência ao pastor do rebanho. Que as velas humanas não suportam a escuridão da existência sozinhas precisam estar juntas, reunidas. Assim constroem igrejas e mantém afastado deles toda escuridão. Aumentando a intensidade da luz, aumenta-se o tamanho e a projeção das sombras. Foi assim que se inventou o diabo, da soma de muitos medos e de muitas tochas desconhecedoras de suas sombras.

Quero lembrar também que a idéia era uma vela humana por metro. Cada uma se acendendo iluminaria muito mais do que 1 km de túnel. Como eles se fazem tochas humanas, se juntam, se reúnem, se condensam e se aprisionam em uma construção cuja luz se mantém apenas um ponto. Precisa-se de um numero muito maior de velas humanas para iluminar o mesmo espaço de 1 km.

De forma geral as tochas humanas dentro do túnel, trancados em suas construções tem dois tipos de comportamento: a- apagar todas as velas humanas que não foram acesas por eles. b- queimar em nome de Jesus, ou desobssediar em nome dos espíritos superiores, ou se implodir, em nome de Ala, todos os que não concordam com o livro sagrado. Luz demais concentrada agrada tanto as trevas quanto a escuridão, em verdade, não há diferença, pois ambas cegam e mantém as pessoas cegas.

Minha diversão é observar tuneis e seres iluminados dentro dele. E em verdade vos digo, nunca as trevas se ri tanto, quanto da estultice dos crentes e dos pios. Para começar, pelo fato de termos dado a eles a segunda possibilidade que eles não tinham: a de administrar as velas humanas a serem acesas. Criou-se uma serie de ritual para se acender. Dizem eles no Manual pirotécnico das velas humanas, que contem 10 mandamentos da fundação Tabajara.

1- nunca faça sozinho, pode ser perigoso. 2- sempre tenha alguém por perto nesse momento, para evitar o perigo. 3- procure um lugar sagrado, mas de alguns milhões ou realize algumas campanhas para que ele seja erigido. 4- você precisa se purificar, mas antes tem que encontrar o seu purificador na Terra. 5- você não pode se purificar sozinho, necessita de um papa, um guia, um bispo. Por trás de inúmeras campanhas virtuosas estão os acendedores de velas. Aqueles que acham que a luz vale a todo custo. Não vale. Ou melhor, só vale para um determinado tipo de padrão e de gente, os trevosos.

E o manual segue sem que as velas humanas percebam que elas nasceram acesas e foram se deluzindo, se apagando até deixarem de ser luz e serem trevas, isto é, ignorante de si mesmo.

A regra no túnel, estipulado pelas trevas e seguido pelos filhos-guerreiros-trabalhadores da luz é a de que a escuridão deve permanecer. O que essa gente vai fazer quando não tiver mais sombra e luz para eles guerrearem? Será que eles já podem amar? São maduros o suficiente para amar o inimigo? E saber que por amor ao seu inimigo pode-se matá-lo de forma mais dura e cruel? Estão prontos para aceitarem que não há nenhum deus a lhes castigar e lhes culpabilizar? Suportam um universo no qual não tenha mentor espiritual, arruda, guine, papa, bispos, preto-velhos a lhes dizer sobre o que somente eles podem fazer? Estão prontos para ajoelharem-se diante da própria consciência e assumir quem são? Saio da minha ilusão.

É uma bobagem acreditar, que em lugares iluminados, não haja escuridões de buracos negros, que capturam para o seu centro, toda luz autentica.
O Vaticano esta aí e não me deixa mentir. As religiões estão aí organizadas para impedirem as velas humanas de acenderem-se e dissipar com as trevas. Por isso ela as fomenta. Não sabem viver de outra coisa e já nem conseguem mais ser outra coisa. Nada mais brilhante do que o padre de Dostoievski reconhecendo Jesus na praça de Moscou, prendendo-o como impostor em meio da turba. E em diálogo fraterno com o herdeiro do trono já na cadeia, o reconhecer e lhe explicar, que ele não tem mais lugar entre os humanos e nem diante da igreja que ele fundou.

Sombra Espiritualista (1a parte)


O contato com a luz produz sombras. O contato com as sombras gera luz.
Sombra é uma coisa que nós espiritualistas corremos e não gostamos. Sombra, ego são palavrões que a gente acha que não podemos ter. No imaginário dos espiritualistas cada um é um ser de luz imenso, grandioso, radiante e muitas vezes se comportam para que sejam assim e muitos até são. No entanto, poucos percebem que quanto maior a luz, maior a sombra. E como a sombra entre nós é algo terrível, nós passamos a combatê-la.

Como a maioria dos espiritualistas se vê, se entendem, se projetam como sendo um mestre ascencionado, um anjo humano, um espírito humilde, endividado, mas devotado ao mestre Jesus, combate-se aos outros. Na verdade, massacra-se o outro. As listas de discussão dos espiritualistas é um campo de batalha na qual os cegos (eu inclusive), se digladiam para destruir o outro. Essa percepção quem me passou foi mestre Yub- a de que espiritualistas não lidam com sombras e aspectos sombrios da própria psique. Tentar aplicar esse mesmo universo no mundo virtual foi um pulo para que eu entendesse como que pessoas que falam de seres arque angelicais, não humanos, intergalácticos, superiores tinham comportamento acerca do outro tão bestial e brutal. (Volto a insistir que não estou me excluindo disso). É que as listas virtuais, os pontos de encontros físicos dessas pessoas se transformam no campo projetivo. Eu não vejo em mim, cego que sou, reconheço no outro, monstro que ele é.

Talvez isso seja benéfico, mas um pouco mais de conhecimento acerca de nós mesmos, um tanto mais de tolerância por nós mesmos, resultaria em coisas diferentes e num crescimento menos doloroso para todos.

DISTINÇÃO ENTRE TREVAS E SOMBRAS

Eu gosto de trabalhar com o que as pessoas denominam trevas, sombras. E quero salientar uma distinção entre uma e outra a partir de conversas com mestra Elo. A sombra é refrescante (pensando em uma arvore) agradável, assustadora, mas não faz mal, não prejudica. A sombra é parte integrante da luz. Um professor da federal em suas aulas sobre Habermas e a linguagem gostava de nos lembrar que "ninguém pode desgrudar de sua sombra." Isso para mim é um koan e fiquei pensando em inúmeras situações e possibilidades em se romper com a própria sombra. Não as encontrei.

Fala-se de ascensão, de caminho espiritual, ignorando o ego e as sombras, mas não há possibilidade de ascensão sem sua sombra. E não existe iluminação de sombra. Existe aceitação da sombra. Aceitar a sombra implica que a luz incomoda, cega e é chata demais. Seres luminosos na Terra são pessoas chatas. A Terra física não é lugar para seres iluminados. Imagina o sol à noite, durante todo tempo? Uma hora alguém suplica: "Filho, eu quero dormir!" E Apolo (sol) diz todo portentoso: "minha missão na vida é te iluminar, esclarecer!" Tem sentido isso? Para mim quem faz isso é um chato. Lembra-me uma situação inversa, mas idêntica. Alexandre passando pela Grécia foi procurar Dionísio, o cão.

Os mestres do espaço nos chegam escondendo sua luz. Eles ficam até mesmo dentro do barril. Todas as vezes que falo disso a imagem que me vem a mente é o arcano IX do tarot de Marselha. O ermitão, assim como os mestres sabem que a luz fere, machuca, cega, tonteia. Ter a medida correta da iluminação é sabedoria. E a justa medida é a capacidade de dar a intensidade correta, mediante a necessidade do outro. O respeito ao outro garante a luminosidade, porque o importante não é a luz. Acender luz é simples. Ate meus amigos trevosos sabem acender luz. E nunca na história da humanidade se achou tão luminoso quanto na idade média no período da inquisição. Acender luz é fácil, mas não é isso que os mestres consideram relevante, porque a luz não pode ser acesa de qualquer jeito. A relevância esta no respeito incondicional do outro permanecer no escuro. Esta na aceitação plena de que mesmo podendo mais, você assegura ao outro, apenas o que ele pleiteia. E o mais louco disso tudo é que você está lá por si mesmo, assim não lhe cabe mandar, apenas servir. Se você é um ser iluminado que saiu de outra galáxia e veio aqui para Terra, problema é seu, escolha é sua, não venha acusar os humanos de ingrato. E nem esperar que se reconheça a sua luminosidade intergaláctica.

Enfim, deixe de ser chato.
Mas a distinção a ser feita é que a sombra é parte da luz. E quanto maior a clareza e aceitação tivermos dela, mais reconfortante ela é para o outro. As pessoas não chegam aos mestres devido a sua luz. Geralmente, a gente nem consegue aquilatar a luz deles. Quando um Buda, um Krishna, um Jesus, um Sai Baba esta entre nós, poucos chegam até ele para obter conhecimento. As pessoas chegam até eles para serem consoladas, compreendidas, aceitas, amadas. É a sombra delas que acolhe, que recebe as pessoas. A luz delas é o que faz com que as tema. Homens de poder em geral, talvez, sejam os únicos que conseguem aquilatar o conhecimento dos mestres. Penso em Pilatos e nos fariseus como representante desses símbolos do poder. Vendo as possibilidades desses mestres, eles não enxergam outra alternativa senão a crucificação.

Ser guerreiro esta em moda de novo. Mas ser guerreiro da luz não é combater sombras em si ou dos outros. Ser guerreiro da luz é combater as trevas. Coisa completamente diferente de sombras. As trevas é a cegueira da luz diante de sua sombra. É a intransigência da sua sombra, perante sua luz. Essa tensão, esse nível de desgaste é o que vou chamar de trevas. Isto é, a luz impedida de iluminar e a sombra impedida de confortar. O acumulo disso por anos, séculos, milênios são as trevas, que a gente guerreia.

O pedido a ser feito é: não guerreia não. Combata, com elegância, com destreza, mas sem fazer dela sua inimiga. Ela pode ser a sua inimiga, mas você não precisa ser o dela. E isso não implica em concordar, acatar, temer. As trevas devem ser respeitadas, mas nunca temidas. Eles ainda não conseguiram armas contra a iluminação. E não há nenhuma treva que resista a iluminação. Um pau de fósforo derrota as trevas. E é essa premissa que entendemos mal e as trevas saem em alta.