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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sombra Espiritualista (Uma Parabola)

Espiritualistas ao combater as sombras, alimentam as trevas. As sombras internas ou dos outros não são oponentes a serem destruídos. Imagine um túnel escuro com 1 km de comprimento. La dentro tem um breu no qual você não vê a um palmo de distancia. Esse túnel são as trevas.

Mas lá foram colocadas 1000 velas humanas para iluminar todo o túnel. Uma vela humana por metro. O túnel sabe que se todas elas acenderem, ou parte delas acenderem, acabou a escuridão. A única possibilidade de vitória da treva é uma artimanha, iluminada, a saber: combater toda vela humana que acenda.

Nós sabemos que o escuro traz medo, um medo paralisante, afinal, você não vê nada. E qualquer barulho é um estrondo. Assim, nesse breu, o primeiro inimigo é a vela humana que acende. Ele se faz perceptível. A nossa primeira ameaça é o medo da luz. Tanto tempo na escuridão, que a luz é uma ameaça, um crime. No nosso imaginário não temos outra solução a não ser atacá-la. Somos convencidos por mentores espirituais que o caminho da luz é o ataque ao ego e as sombras. As trevas se divertem demais com isso. Porque elas estão usando a sua única bala e possibilidade. A luz tem milhares de possibilidade, inclusive a de lutar contra si mesma. Principalmente, a de combater a sua própria sombra. Quanto de nós, velas humanas acesas não ficamos esmurrando as paredes? Dando cabeçada, socos, murros... machucando-nos, enquanto acreditamos estar servindo à luz? Podem responder sinceramente. Só tem você lendo esse texto. Não somos nós mesmos que nos combatemos?

As trevas têm apenas uma possibilidade: impedir as velas humanas de se acenderem e de se integrarem, de se fazerem lux. Vamos entender por luz a chama que é a um só tempo interna e externa. Farol para muitos e despertar interno para si mesmo.
De forma que quando a gente compreende que o sentido é acender a luz no túnel, você passa a agradecer quem esta com a luz acesa. E às vezes pedir ajuda: tem jeito de você me ajudar aqui? E eles respondem irados: não tenho pacto com umbandistas? Sou kardecista de mesa branca. Quando é a vez do kardecista pedir ajuda, o outro grupo de velas humanas responde assim: "Não compactuo com você sou evangélico".

A vela humana que é acesa fica eternamente grata àqueles que lhes deram a luz. Ficam cegos de gratidão por eles. E gratos eles se agrupam não para iluminar o túnel e sim se tornarem tochas humanas. Cada tocha é convencida de que não é vela humana. De que as velas humanas devem obediência ao pastor do rebanho. Que as velas humanas não suportam a escuridão da existência sozinhas precisam estar juntas, reunidas. Assim constroem igrejas e mantém afastado deles toda escuridão. Aumentando a intensidade da luz, aumenta-se o tamanho e a projeção das sombras. Foi assim que se inventou o diabo, da soma de muitos medos e de muitas tochas desconhecedoras de suas sombras.

Quero lembrar também que a idéia era uma vela humana por metro. Cada uma se acendendo iluminaria muito mais do que 1 km de túnel. Como eles se fazem tochas humanas, se juntam, se reúnem, se condensam e se aprisionam em uma construção cuja luz se mantém apenas um ponto. Precisa-se de um numero muito maior de velas humanas para iluminar o mesmo espaço de 1 km.

De forma geral as tochas humanas dentro do túnel, trancados em suas construções tem dois tipos de comportamento: a- apagar todas as velas humanas que não foram acesas por eles. b- queimar em nome de Jesus, ou desobssediar em nome dos espíritos superiores, ou se implodir, em nome de Ala, todos os que não concordam com o livro sagrado. Luz demais concentrada agrada tanto as trevas quanto a escuridão, em verdade, não há diferença, pois ambas cegam e mantém as pessoas cegas.

Minha diversão é observar tuneis e seres iluminados dentro dele. E em verdade vos digo, nunca as trevas se ri tanto, quanto da estultice dos crentes e dos pios. Para começar, pelo fato de termos dado a eles a segunda possibilidade que eles não tinham: a de administrar as velas humanas a serem acesas. Criou-se uma serie de ritual para se acender. Dizem eles no Manual pirotécnico das velas humanas, que contem 10 mandamentos da fundação Tabajara.

1- nunca faça sozinho, pode ser perigoso. 2- sempre tenha alguém por perto nesse momento, para evitar o perigo. 3- procure um lugar sagrado, mas de alguns milhões ou realize algumas campanhas para que ele seja erigido. 4- você precisa se purificar, mas antes tem que encontrar o seu purificador na Terra. 5- você não pode se purificar sozinho, necessita de um papa, um guia, um bispo. Por trás de inúmeras campanhas virtuosas estão os acendedores de velas. Aqueles que acham que a luz vale a todo custo. Não vale. Ou melhor, só vale para um determinado tipo de padrão e de gente, os trevosos.

E o manual segue sem que as velas humanas percebam que elas nasceram acesas e foram se deluzindo, se apagando até deixarem de ser luz e serem trevas, isto é, ignorante de si mesmo.

A regra no túnel, estipulado pelas trevas e seguido pelos filhos-guerreiros-trabalhadores da luz é a de que a escuridão deve permanecer. O que essa gente vai fazer quando não tiver mais sombra e luz para eles guerrearem? Será que eles já podem amar? São maduros o suficiente para amar o inimigo? E saber que por amor ao seu inimigo pode-se matá-lo de forma mais dura e cruel? Estão prontos para aceitarem que não há nenhum deus a lhes castigar e lhes culpabilizar? Suportam um universo no qual não tenha mentor espiritual, arruda, guine, papa, bispos, preto-velhos a lhes dizer sobre o que somente eles podem fazer? Estão prontos para ajoelharem-se diante da própria consciência e assumir quem são? Saio da minha ilusão.

É uma bobagem acreditar, que em lugares iluminados, não haja escuridões de buracos negros, que capturam para o seu centro, toda luz autentica.
O Vaticano esta aí e não me deixa mentir. As religiões estão aí organizadas para impedirem as velas humanas de acenderem-se e dissipar com as trevas. Por isso ela as fomenta. Não sabem viver de outra coisa e já nem conseguem mais ser outra coisa. Nada mais brilhante do que o padre de Dostoievski reconhecendo Jesus na praça de Moscou, prendendo-o como impostor em meio da turba. E em diálogo fraterno com o herdeiro do trono já na cadeia, o reconhecer e lhe explicar, que ele não tem mais lugar entre os humanos e nem diante da igreja que ele fundou.

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